“Visto que odeias a correção, e lanças as minhas palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele, e tens a tua parte com adúlteros” (Salmos 50.17,18).
Gospel Prime (compartilhamento)
Fico impressionado com o livro dos Salmos. Recentemente, terminei a leitura de um ensaio clássico de um dos gigantes intelectuais do século 20 – C. S. Lewis – onde logo no início da obra uma abordagem profunda acerca do juízo de Deus foi feita com o intuito de nos mostrar que a visão do salmista era, muitas vezes, bastante positiva acerca do caráter justíssimo do Criador, de modo que em seu coração não se havia medo e sim esperança por saber que os praticantes da maldade não poderiam escapar (mais cedo ou mais tarde) das mãos terríveis do Deus Altíssimo.
O texto supracitado aponta para uma acusação proferida pelo próprio Deus, registrada em forma de poesia pelo salmista. Havia um entendimento curioso de que Deus não estava fazendo vista grossa da maldade praticada pelos homens, e que, no momento certo, proclamaria a verdade do seu fim (v. 3). Ao ler este Salmo hoje, pude compreender um pouco deste dia que é histórico para alguns, e fatídico para ouros.
O ex-presidente Lula é uma figura marcante na história do Brasil. Alguém tem dúvidas disso? Mas figuras marcantes ou importantes não estão acima da própria história da nação, nem mesmo dos seus fundamentos legislativos e jurídicos. Mais: figuras como o Lula não estão acima da Justiça que excede o céu visível. O que temos aqui na grande notícia mundial do dia de hoje é muito mais do que uma sentença publicada por um juiz federal; é a demonstração pública de que todos os corruptos serão julgados, seja na terra, seja no céu. Há um juízo para você que consente com o roubo e que tem parte com a imoralidade!
Sabemos que os seus defensores se levantarão vorazmente para relativizar uma sentença judicial e/ou criminalizar o trabalho de um legítimo representante da lei, mas o momento é de considerar não os apelos frenéticos dos que pertencem ao time da indignação seletiva e sim a realidade das causas que originaram toda esta celeuma cibernética, midiática e sociológica.
O nosso alerta neste artigo não é para você que acha que foi injusta a sentença do Juiz Sérgio Moro nem mesmo para você que achou legítimo e justo. O nosso alerta vai para todo o indivíduo que procurar dar seguimento ao curso de sua vida achando que não há um Juiz Supremo nos Céus. Você que continua postergando o perdão e a misericórdia, que compra e não paga, que fura fila e/ou assina “gato net”… a você eu digo: não pense como o ex-presidente, que idealizou uma pressão política e reação jurídica para se manter longe das “garras do poder judiciário da república de Curitiba”. Não ache que as suas obras não serão pesadas por ninguém, e que o seu modo de viver (a despeito de estar fora da realidade proposta pelo evangelho de Cristo) não será confrontado um dia.
Tal alerta vale para todos, principalmente para quem vos escreve.
Este dia se tornou como uma flecha no coração do Lula, pois a condenação o iguala a Sérgio Cabral, Eduardo Cunha e outros ladrões confessos que foram condenados pelo mesmo juiz no projeto de esperança nacional chamado de “Lava-Jato”. Porém, pensemos nós na nossa posição diante do Juiz Maior e consideremos que o nosso final pode ser ainda pior.
Não fuja da sua responsabilidade de lutar contra o corrupto que habita o teu coração e não se iluda achando que não pode ser pego como o Lula foi. Basta ter um pingo de autonomia sobre si ou um pouquinho de poder e glória humana para que o processo da queda se inicie.
Pessoas estão perdendo grandes oportunidades de viverem em paz, mas não conseguirão enquanto não se arrependerem da maneira ímpia de viver.
Finalizo com as sábias palavras de C.S Lewis, no seu livro “Lendo os Salmos”, na pág. 35 (Editora Ultimato):
Parece haver, no universo moral, uma regra geral que pode ser formulada da seguinte maneira: “Quanto mais alto se é, mais risco se corre”.
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