Agência Brasil
A taxa média de juros para pessoas físicas
com recursos livres (quando os bancos têm autonomia para aplicar o
dinheiro) alcançou 52,6% ao ano em janeiro de 2015. A taxa subiu 2,5
pontos percentuais em relação à de dezembro e 6,9 pontos percentuais em
12 meses. O patamar de janeiro é o maior desde o início da nova série
histórica do Banco Central (BC), em março de 2011. Antes, a maior taxa
de juros, de 51,25% ao ano, havia sido registrada em outubro de 2011. O
BC revisou as séries históricas relativas aos juros em função de uma
mudança de metodologia.
A principal alteração com a nova
metodologia para cálculo dos juros é a introdução dos juros do cartão
de crédito, que ficaram em 73,3% ao ano. Os juros para a modalidade
subiram 2,7 pontos percentuais em janeiro na comparação com dezembro de
2014, e 7,7 pontos percentuais em 12 meses. Os juros do cartão são
divididos entre crédito rotativo e crédito parcelado.
Com relação à
taxa específica do crédito rotativo no cartão, os juros atingiram em
janeiro 334% ao ano, crescendo 2,4 pontos percentuais sobre dezembro e
24,5 pontos percentuais em 12 meses. O patamar alcançado só foi inferior
aos 334,29% ao ano alcançados em junho de 2012. Para o crédito
parcelado no cartão de crédito, os juros ficaram em 106,7% ao ano, um
aumento de 2,6 pontos percentuais em relação a dezembro do ano passado e
0,2 ponto percentual em um período de 12 meses.
Os juros do
cheque especial ficaram em 208,7% ao ano, alta de 7,7 pontos percentuais
no mês e 54,6 pontos percentuais em 12 meses. O patamar atingido em
janeiro é o maior desde abril de 1996, quando os juros da modalidade
alcançaram 212,26% ao ano.
O chefe do Departamento
Econômico do BC, Tulio Maciel, admitiu que houve aumento "em
praticamente todas as modalidades de taxas de juros". Segundo ele, o
movimento pode ser relacionado ao ciclo de política monetária, ou seja, à
política de elevação da Selic, taxa básica de juros da economia,
adotada nos últimos meses pela autoridade monetária."É possível
[também] que parte da alta de juros reflita mudanças anunciadas nas
taxas em programas no âmbito do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social]", acrescentou.
A taxa média de
juros do crédito direcionado, que segue regras do governo, ficou em 8,2%
ao ano em janeiro para pessoas físicas, avançando 0,3 ponto percentual
sobre dezembro, e em 8,5% ao ano para pessoas jurídicas, com acréscimo
de 0,9 ponto percentual no mês.
O BC informou ainda que o mês de
janeiro registrou queda na inadimplência das pessoas físicas. O
indicador relativo aos débitos com recursos livres ficou em 5,4%, ante
5,5% em dezembro. O patamar atingido no mês passado é o menor desde o
início da série histórica, em março de 2011.
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