"Uma história dentro da história do rádio maranhense".
Por:
Mendes Junior
O
Patriota!
- Ao
encontrar, ver e ouvir pessoas como Haroldo Silva, pelo que já fez na sua
trajetória profissional como comentarista esportivo, a quem poderíamos chamar
de Doutor Honoris Causa da imprensa esportiva. Vejo que atualmente,
muitos não atentam para dar o valor merecido a este que é sem duvida um dos
maiores comentarista esportivo do Maranhão, e da época mais brilhante do rádio
no Brasil.
Um
indivíduo com conhecimento ímpar e com uma capacidade no falar, - e falar bem,
e que ainda impressiona pela maestria a qual se expressa, eloquente no diz e
envolvente ao discorrer seus comentários.
Há
uma nova geração atuando no rádio que se acha... . Em relação a esses novatos,
- nem todos, não vamos generalizar. Porém, evidenciamos e relembramos uma expressão
emitida pelo próprio Haroldo em uma das suas muitas entrevistas, muito
semelhante a: “cuspidores de microfones”.
Em
um breve encontro no sindicado dos jornalistas, na casa do trabalhador - Calhau, aproveitei para interpelar a
experiência de quem conhece muito, e muito tem a ensinar.
Mendes Jr.: Haroldo, você que viveu em uma época, a qual, poderíamos adjetivar como, a época
áurea desse veículo, - como você ver e analisa a radiofonia atualmente, e
também, o arrendamento de programas pelas emissoras?
Haroldo Silva: Antigamente as emissoras tinham
suas próprias equipes, o seu corpo funcional, eram funcionários, profissionais
que si identificavam com veículo, davam a ele uma identidade e consequentemente,
o publico, o ouvinte também si identificava com uma determinada emissora. As
empresas tinham uma linha a ser seguida e essa mesma linha definia: essa é
rádio tal, locutor tal e assim por diante. Hoje, com a entrada do arrendamento
as emissoras estão cheias de gente e cada um toma a direção que quer, e de
qualquer jeito, já não há uma identificação, a não ser pelo prefixo, perdeu-se
muito a qualidade, e isso, é extremamente nocivo compromete e muito o padrão
da excelência, como se buscava no passado, o ouvinte perde muito, é um dos
principais prejudicados, pontuou
Haroldo.
Mendes Jr.: –
Especificamente para o profissional, quais as consequências trazidas por conta
do arrendamento?
Haroldo Silva: Do ponto de vista profissional
foi extremamente prejudicial, como falei contribui para entrada de muita gente, e
a grande maioria sem qualificação, ou despreparada, não é feito um
acompanhamento, nem um tipo instrução pela direção das rádios a essas pessoas,
a não ser para que os mesmos não ataquem os interesses dos seus proprietários.
Depois que as emissoras adotaram o artifício do arrendamento, quem mais perdeu foram os
profissionais, que além de trabalharem durante anos para determinados veículos,
agora, não têm garantia alguma de direitos trabalhistas – o que é um absurdo!
Para mim, o arrendamento deveria ser, o quanto antes proibido, pois é uma
prática prejudicial à classe profissional, deveria ser criada
uma lei proibindo as emissoras de arrendar programas”, conclui Haroldo Silva.
Agradecimentos:
A HAROLDO HERBERT SILVA pela atenção deferida à nossa
pessoa, e por ter, nos proporcionado um bom e significante momento.
Opinião
Mendes Jr: Por
fim, manifesto a aqui as minhas opiniões sobre: o maléfico arrendamento e a condição vexatória da imprensa esportiva no
estado.
O
arrendamento principalmente ao que se refere
à imprensa esportiva, é um dos principais obstáculos para a formação e manutenção
de uma boa equipe. Praticamente quem atua na área, vive em uma situação de
mendicância batendo às portas dos comércios para conseguir pagar o horário do
programa, ou abordando pelas arquibancadas, escadarias e corredores dos
estádios, e nos Cts, a dirigentes de equipes, ou algum torcedor mais afortunado
para lhes conceder uma ferpela (trocado) para pagar o transporte, para tomar “uma”,
e outros artifícios; isso, na tentativa de alimentar e manter viva a chama e amor pelo
esporte.
Em meio à classe há verdadeiros guerreiros, gente batalhadora e correta no que
faz, num esforço descomunal, para manter a magia da imprensa, da crônica esportiva, mas, há também, muitas figuras não gratas, pois sempre há a parte podre e nociva.
Infelizmente,
muitos se acostumaram à pratica de mendigar, por conta, da escassez de
recursos, de salários; são forçados a se submeterem a tal condição, - e só quem
ganha nessa história de arrendamento, são os proprietários das emissoras, e
isso se dá por falta de uma fiscalização e pela conivência de órgãos que
deveriam fiscalizar, como, delegacias do trabalho, ministério do trabalho, e
ainda, por ausência de um sindicato de classe, o qual deveria ser atuante e
perspicaz, para assim combater a condição vexatória em que muitos colegas si
encontram.
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