O juiz federal Sérgio Moro aceitou hoje (29) denúncia contra o
empresário Marcelo Odebrecht, o publicitário João Santana e a mulher
dele, Mônica Moura, e mais nove investigados na Operação Lava Jato. A
denúncia foi formalizada ontem (28) pela força-tarefa de procuradores do
Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba.
De acordo com o MPF, a Odebrecht criou um departamento
estruturado de operações financeiras paralelas para fazer o pagamento de
vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos
firmados pela empresa com o Poder Público. Conforme as investigações, o
sofisticado esquema foi gerenciado por Marcelo Odebrecht, que está prezo
há dez meses em Curitiba.
Segundo a acusação, planilhas
apreendidas pela Polícia Federal mostram que, entre outubro de 2014 e
maio de 2015, quando a Lava Jato já havia sido deflagrada, a empreiteira
pagou R$ 22,5 milhões a alguém com o codinome Feira. Para a
investigação, o apelido era usado em referência a João Santana, que
nasceu em Tucano, município baiano situado a 150 quilômetros de Feira de
Santana.
Na decisão, Moro esclareceu que há provas das
transferências bancárias, mediante documentos e por meio da delação
premiada de Maria Lúcia Guimarães Tavares , ex-funcionária da Odebrecht.
"Em
especial, tem-se o depoimento da acusada colaboradora Maria Lúcia, que
descreveu o funcionamento do Setor de Operações Estruturadas, além de
documentos que suportam as afirmações e, inclusive, por parte de alguns
dos acusados, mesmo sem acordos de colaboração, a admissão da existência
das transações, com apresentação de justificativas controvertidas",
argumentou Moro.
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