Por: Mendes Junior
O Patriota!
Na
manhã desta segunda feira 09, cerca de 400 integrantes do Movimento Sem Terra (MST)
ocuparam a sede do Instituto de
Colonização e Reforma Agrária –
INCRA no Bairro Anil.
Os
lideres do movimento irão se reunir no decorrer desta semana com a superintendência
do INCRA e outras autoridades ligadas à causa, na busca de um posicionamento e tomada
de uma ação definitiva para solucionar a situação constante de conflito, insegurança
e incertezas em relação a um problema, que é crônico no Maranhão.
Os
cerca de 400 trabalhadores ocupam praticamente todas as dependências do prédio
com barracas de acampamento na garagem, redes armadas pelas varandas e
colchonetes pelos corredores. Durante o dia de hoje, no auditório órgão, os
ocupantes ao batuque de latas entoavam coros, cantigas e gritos que ecoavam a
realidade da vida e da luta diária de milhares de trabalhadores e trabalhadoras
rurais das varias regiões do estado, as letras denunciavam o descaso, o
desrespeito, sofrimento, humilhação, a condição de desassistidos, e ainda,
o sufocamento do pequeno agricultor por conta do agronegócio, além de questões como, a contaminação dos
alimentos por conta do uso de agrotóxicos pelos grandes produtores colocando em risco a vida de quem os consome.
Reivindicações
Divina Lopes,
uma das lideres a frente da ocupação, evidenciou as reivindicações dos trabalhadores
por meio do MST.
Entre
as principais reivindicações, e que motivaram a ocupação do INCRA, estão: a
desapropriação das terras, nos 21 assentamentos e acampamentos de cinco regiões
do estado, onde os trabalhadores se encontram de maneira indefinida; a
concessão de crédito para investimentos na produção; a construção e reforma de
habitações pelo Programa de Habitação Rural e a prestação de Assistência Técnica
às famílias de agricultores das áreas de assentamento.
O
movimento integra a Jornada Nacional de Reforma Agrária e Defesa da Reforma Agrária
Popular
“Nosso movimento também está denunciando o projeto do agronegócio, projeto o qual se estabelece pela concentração
de terras, pela apropriação das riquezas naturais e minerais, então dessa forma, nós estamos
realizando essa denúncia ,em relação aos grandes projetos capitais do agronegócio”,
evidenciou Divina Lopes.
Descaso x Reforma Agrária
Nessa
luta muitos já morrem e outros permanecem com suas vidas em situação vulnerável.
Esses camponeses, em grande parte agricultores familiares, vivem e condições sub-humanas, em assentamentos e acampamentos sob lonas e cobertas de palha, em terras que
nunca são desapropriadas e/ou regularizadas, devido à morosidade e a vista
grossa do governo, e assim, vivem sob as constantes ameaças de despejos e violência.
Em 2014, foram registrados no estado, segundo dados da Anistia Internacional cinco mortes de lideranças por conta de
conflitos agrários, aumentando assim um saldo negativo de milhares de vidas que
já se perderam.
Sem uma definição concreta do governo em
relação à questão, para que assim essas pessoas possam ter o direito de se
estabelecerem nesses assentamentos, e assim, terem a segurança para plantar e
colher, tendo a certeza e garantia do Estado, que não serão expulsos da terra e
ainda, perseguidos ou mortos pelos seus eventuais donos e/ou posseiros. Outro aspecto que representa uma constante ameaça aos moradores do campo, ou melhor, aos pequenos agricultores; é a crescente expansão e apropriação de terras pelo agronegócio, que cada vez mais reduz os espaços para
o pequeno trabalhador do campo produzir e sobreviver, pois, essas áreas são cada vez
menores e o pequeno agricultor é cada vez mais suprimido e torna-se invisível - diante do que chamo
massacre do Agro business, o gigante do capital.
Aqui se faz uma ressalva em relação a esses movimentos, pois sabe-se que em meio às pessoas que realmente precisam, há interesses de terceiros, ou seja, pessoas que buscam tirar proveito da situação, que vão desde a questão política e financeira.
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