Agência Brasil
Especialistas alertam, no Dia Mundial de Combate à Tuberculose,
lembrado hoje (24), que o paciente diagnosticado deve fazer o tratamento
até o fim. “O bacilo da tuberculose é difícil de matar completamente.
Se você começa o tratamento e para no meio, o bacilo vai criando
mutações mais resistentes. O especialista acaba tendo que mudar os
antimicrobianos, o tratamento fica mais demorado, mais difícil”, explica
o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família, Thiago
Trindade.
Em 2014, a incidência de tuberculose no Brasil foi 33,5
casos por 100 mil habitantes. A doença é causada pela mycobacterium
tuberculosis ou bacilo de Koch, que afeta principalmente os pulmões. A
infecção ocorre a partir da inalação de gotículas contendo bacilos,
expelidos pela tosse, fala ou pelo espirro.
Em locais cobertos
pela Estratégia Saúde da Família, os agentes são orientados a buscar os
pacientes que não vão pegar os remédios no dia certo, já que é comum o
doente se sentir melhor depois de algumas semanas tomando os remédios e,
por isso, não completar o esquema. O tratamento da doença dura seis
meses e está disponível gratuitamente pela atenção básica da rede
pública de saúde.
A tuberculose está diretamente associada a
situações de vulnerabilidade social, afetando pessoas que moram em
lugares com más condições de saneamento básico, principalmente
presidiários, indígenas, moradores de rua. Devido ao sistema imunológico
mais frágil, idosos, crianças e pessoas com o HIV também têm maior
facilidade de contrair a doença.
Dados do Ministério da Saúde
mostram que os índios têm três vezes mais riscos de contrair a doença,
em relação à população em geral. Na população carcerária, o índice
aumenta para 27 vezes, na população com HIV a incidência sobe para 38
vezes e na população de rua, para 44 vezes.
O principal sintoma da
tuberculose é a tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro.
Qualquer pessoa com esse sintoma deve procurar uma unidade de saúde para
fazer o diagnóstico. Trindade ressalta que pessoas próximas de
pacientes contaminados também devem buscar o diagnóstico e o tratamento
preventivo.
O Brasil conta com a vacina BCG, que combate formas
mais graves da tuberculose, mas nem sempre evita a contaminação pelo
bacilo. “O que a vacina faz é diminuir os casos graves e a letalidade da
doença. Mesmo com a imunização, pode continuar havendo casos, mas com
menos mortes”, explica o especialista.
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