Precisamos nos remeter ao momento em que se deu a “queda” de satanás
Gospel Prime (Compartilhamento)
Por:
Fernando Pereira
A pergunta que usei como tema para este texto vem sendo feita por
milhões de pessoas ao longo da historia da humanidade. Em nossos dias
muitos, ao pensar sobre o assunto, o acham tão meticuloso e têm tanto
medo de Deus, que acabam por negligenciá-lo. Todos os assuntos são
passiveis de questionamentos dentro da Bíblia, pois, afinal de contas,
ela não teme a verdade, porque é a própria verdade.
A pergunta acima poderia ter sido feita de outra maneira para ganhar
outra conotação, como por exemplo: por que Deus não perdoa o Diabo? Ou
ainda: por que o Diabo não é perdoado? Para me propor a responder tal
questão, preciso lhe remeter ao momento em que se deu a “queda” do
famigerado Diabo.
Em Ezequiel capítulo 28, a partir do versículo 11, está registrado de
maneira bem clara – e numa linguagem comparativa ao que iria suceder
com o rei de Tiro – como se deu a queda de Lúcifer (anjo de luz), que
veio a se chamar Satanás (adversário), e que é mais conhecido como Diabo
(acusador/caluniador).
O versículo 17 deixa claro que a soberba (“elevou teu coração”) tomou
conta dele, de modo que ele ficou cheio de si, e, por isso, passou ver a
Deus, e tudo o mais, a partir de uma perspectiva intra-pessoal, quando,
por causa do modo como observou sua beleza, acabou corrompendo sua
sabedoria, o que o fez pensar – como está registrado no capitulo 14,
versículo 13, de Isaías: “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu,
acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono (…)”– que poderia ser
ainda maior que Deus, o que o fez incorrer em rebelião, tornando-o
obstinado.
A obstinação é quando uma pessoa opta por agir de certa maneira,
ainda que errada, e não abre mão de ser daquele jeito. Só para
acrescentar, vale ressaltar o exemplo de Caim, que ao observar o mundo
através de uma perspectiva pessoal e única, passou a odiar a seu irmão
Abel, e, por mais que Deus o tenha aconselhado – como visto em Gn 4.7
–, ele não abriu mão de seu modo de perceber as coisas e continuou
agindo erroneamente, de modo que foi capaz de tirar a vida de seu
próprio irmão.
Depois do homicídio, Deus aparece a Caim e tenta tocar em sua
consciência, perguntando onde estava seu irmão. Ao invés de se abater
pelo erro cometido, esbravejou contra Deus dizendo que não era o guarda
de seu irmão (o que foi uma primeira acusação contra Deus). Ao colocar
tudo sobre pratos limpos, Deus impetrou um castigo ao fratricida, que
continuou obstinado, ou seja, seguindo seu próprio caminho, e afirmou
que Deus era injusto, quando falou que seu castigo era maior do que ele
podia suportar.
Não diferente do Diabo e de Caim, muita gente age da mesma maneira
obstinada, quando se coloca contra aquilo que Deus estabeleceu como
justiça, como o meio proposto para se alcançar a salvação e etc. Diante
do que foi exposto, nos cabe uma lição: Quando surgir uma revolta em seu
coração contra Deus, não nutra ela, pois pode gerar obstinação. Quando
pensar que pode viver independente de Deus, não siga tal caminho, pois
ele o levará à rebelião, e à obstinação também.
“Quão maravilhosas são as tuas obras, ó Eterno, e insondáveis os teus desígnios!” (Sl 95.2).
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