Compartilhamento - Mendes Jr. O Patriota!
Gospel Prime
Por: Pr Silvio Dutra
Os olhos de Deus e de Jesus Cristo estão
continuamente sobre os Seus ministros, acompanhando os passos deles e atitudes;
de maneira que darão contas a Deus de tudo o que fizeram neste mundo enquanto
se encontravam ainda neste corpo mortal.
Tendo falado do peso da responsabilidade, Paulo
apresentou em seguida a Timóteo, de maneira resumida, quais são os principais
deveres do ministro do evangelho:
Primeiro: Pregar a Palavra, instando a tempo e
fora de tempo.
Em segundo lugar: Admoestar.
Em terceiro: Repreender.
E em quarto: Exortar.
Sendo que tudo isto deve ser feito com toda
longanimidade e doutrina.
Nós veremos agora, mais detalhadamente, cada um
destes deveres.
Em primeiro lugar, o da pregação da Palavra.
Muito pode ser dito sobre a verdadeira
pregação, mas não é nosso propósito esgotar o assunto neste breve
comentário.
A pregação da Palavra é citada em primeiro
lugar por Paulo porque é este o principal dever do ministro do evangelho.
Eles não devem pregar fábulas, invenções,
filosofia, psicologia, sociologia, ou seja o que for que seja diferente da
Palavra de Deus.
Por isto Paulo não disse simplesmente a Timóteo
para pregar, mas para pregar a Palavra. Ele definiu assim o que deve ser
pregado.
A ação de instar a tempo e fora de tempo tem a ver com a aplicação da
pregação, porque o dever do ministro não é apenas o de pregar sermões mas
aplicar a Palavra à vida dos seus ouvintes, e isto ele deve fazer instando com
eles em toda ocasião oportuna.
Em segundo lugar há também o dever do pastor de
admoestar as pessoas.
Admoestar é o mesmo que repreender, censurar,
corrigir.
Os ministros do evangelho também estão
encarregados deste dever por Deus em relação às ovelhas, porque todos os que
são tornados filhos de Deus por meio da fé em Cristo, estão automaticamente
debaixo da disciplina da aliança que Deus fez com eles através do sangue de
Jesus Cristo.
No décimo oitavo capítulo do evangelho de
Mateus Jesus detalhou o
modo
de aplicação desta disciplina corretiva.
Muito se fala da finalidade da disciplina que é
a de conduzir os filhos de Deus ao arrependimento por suas faltas relativas a
um viver deliberado no pecado, mas infelizmente isto tomou em nossos dias a
conotação de tolerância para com os seus pecados, quando que, apesar de ser
verdade que há esta finalidade de conduzir ao arrependimento, nosso Senhor
deixou claramente afirmado que aquele que não se arrepender deve ser
considerado como um gentio e publicano, isto é, como um estranho para a Igreja.
Este abrandamento da disciplina, ou até mesmo a
falta da sua aplicação tem levado indiretamente muitos cristãos a viverem sem
qualquer temor do Senhor em suas Igrejas, e também a não respeitarem e honrarem
àqueles que foram levantados por Ele para apascentarem as suas vidas. A
consequência é que o poder do Espírito fica ausente na congregação.
Mas Paulo disse a Timóteo que ele estava
encarregado deste dever de corrigir os indisciplinados, e não somente ele, como
todos os ministros do evangelho, porque têm recebido do Senhor, autoridade para
reter e perdoar pecados na Igreja.
Não que o poder seja propriamente deles, mas
têm recebido autoridade delegada para exercerem essa disciplina em nome de
Cristo e segundo a Sua vontade e Palavra.
Assim, não é nenhuma agressão pessoal que um
ministro da Palavra faz quando repreende cristãos de sua congregação por causa
de faltas praticadas por eles.
Ao contrário ele está velando pelas suas almas
e cumprindo o dever que lhe foi imposto por Cristo. Ele está exibindo
verdadeiro amor e misericórdia para com os faltosos, de maneira a livrá-los de
futuros juízos no tribunal de Cristo, quanto todos terão que prestar contas a
Deus.
A
palavra usada no original grego para admoestação é elégko e esta mesma palavra
é usada em textos como Ef 5.11, 13; Tito 1.13; 2.15 e Hb 12.5, por exemplo,
onde é traduzida por correção, reprovação e repreensão.
Em terceiro lugar, é dever do pastor
repreender.
Isto pode parecer uma repetição do dever
anterior de admoestar, mas a palavra usada por ele no original grego para
repreender é outra palavra diferente de elégko.
Aqui ele usou a palavra epitimáu que
encontramos em outros textos tais como Mt 8.26; 16.22; 17.18; Jd 1.9.
Esta palavra significa repreender, advertir,
prevenir, e também admoestar, tanto quanto admoestar inclui também o
significado de repreender.
A diferença básica entre estas duas ações
consiste então no alvo de cada uma delas, porque a palavra grega elégko tem o
alvo de reprimir, de corrigir, e epitimáu, o de prevenir.
Com a primeira ação nós combatemos e
confrontamos diretamente o mal através da palavra de admoestação, e na segunda
nós o prevenimos através da palavra de aconselhamento.
A palavra de repreensão preventiva, eptimáu,
tem por alvo principalmente mostrar aos cristãos o quanto Deus fica desgostoso
com as faltas deles, de maneira que sejam levados ao arrependimento.
Finalmente, o quarto dever do pastor apontado
por Paulo é o de exortar.
A exortação tem em vista incentivar à
perseverança na busca de santidade.
Assim devem ser também exortados os que estão
firmes na fé, de maneira que busquem fazer um progresso cada vez maior em
santificação, e para que nunca venham a se desanimar em seus esforços em
diligência rumo à maturidade cristã e preservação da fidelidade deles a Deus.
Desde o início desta epístola, Paulo lembrou a
Timóteo o dever dos ministros do evangelho de serem pacientes no sofrimento no
exercício do seu ministério.
Então, não podem esquecer que devem pregar,
instar, admoestar, repreender, e exortar com toda a longanimidade, isto é, não
perdendo a paciência em ira contra as ovelhas, mesmo contra as indisciplinadas.
O conteúdo destas ações pastorais deve ser
segundo a sã doutrina, e não por qualquer outro meio.
Em suma, este trabalho deve ser feito muito
pacientemente, para que seja efetivo.
O motivo alegado por Paulo para ter encarregado
Timóteo destes deveres, e não somente ele, mas a todos que ele deveria ordenar
e ensinar a fazer as mesmas coisas que lhe estava ordenando tinha em vista
principalmente manter a pregação da verdade no mundo porque ele sabia que o
erro se manifestaria de uma tal forma na Igreja a partir de uma determinada
época que muitos se desviariam de ouvir a sã doutrina e se voltariam às
fábulas, isto é, a mitos, contos, estórias espetaculares, por preferirem dar
ouvidos a coisas agradáveis segundo os seus desejos carnais, e assim
escolheriam mestres para si na Igreja que lhes ministrassem segundo estes
desejos carnais deles, rejeitando toda forma de admoestação, repreensão e
exortação a uma vida santificada.
Em face deste perigo que se aproximava e que
assolaria a Igreja em todas as partes do mundo, nada seria mais necessário do
que esta firme posição em defesa da verdade, que deveria ser achada nos
ministros do evangelho, em face das pressões que eles sofreriam das pessoas
para afrouxarem na doutrina.
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