O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo
Tribunal Federal (STF) autorização para iniciar as investigações contra
pessoas citadas no acordo de delação premiada do senador Delcídio do
Amaral (MS) na Operação Lava Jato. As petições chegaram ao Supremo na
quinta-feira (28).
Nos pedidos de abertura de inquérito, Janot pretende investigar o
senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), o presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro da Secretaria
de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, o
deputado federal Marco Maia (PT-RS) e o ministro do Tribunal de Contas
da União (TCU) Vital do Rêgo.
Caberá ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, decidir pela autorização.
Em março, Zavascki homologou o acordo de delação
premiada do senador Delcídio do Amaral (MS) firmado com a
Procuradoria-Geral da República (PGR), de modo a colaborar com as
investigações da operação. Na ocasião, o ministro retirou o sigilo do
processo e divulgou a íntegra dos depoimentos de delação.
No mês
passado, o ministro decidiu incluir no principal inquérito da Operação
Lava Jato que tramita na Corte trechos da delação do senador Delcídio em
que a presidenta Dilma Rousseff, o vice-presidente, Michel Temer, e o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são citados.
Na delação,
também foi citado e incluído no inquérito Joel Rennó, ex-executivo da
Petrobras do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Aécio e Cunha
No
termo de delação nº 2, Delcídio afirmou que o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) recebia “pagamentos ilícitos”, pagos, segundo ele, pelo
ex-diretor de Furnas Dimas Toledo.
“O depoente disse que não sabe precisar, mas sabe que Dimas operacionalizava pagamentos e um dos beneficiários dos valores ilícitos sem dúvida foi Aécio Neves”, informou trecho da delação.
“O depoente disse que não sabe precisar, mas sabe que Dimas operacionalizava pagamentos e um dos beneficiários dos valores ilícitos sem dúvida foi Aécio Neves”, informou trecho da delação.
No mesmo depoimento, Delcídio relatou que
Eduardo Cunha também tinha pessoas indicadas em Furnas. Segundo ele,
Cunha usava requerimentos para convocar empresários que tinham contratos
com a estatal. “Este procedimento de fazer requerimentos e usar
expedientes parlamentares é muito comum do Eduardo Cunha”, destacou
outro trecho.
Edinho Silva
Delcídio
também relatou supostos pagamentos ilícitos envolvendo Edinho Silva,
então tesoureiro da campanha da presidenta Dilma Rousseff em 2014, a
empresas do ramo de saúde.
“Chamou a atenção do depoente que
laboratórios farmacêuticos e planos de saúde estejam sendo prestigiados,
atualmente, pelo governo federal. Há verdadeira queda de braço para
indicação de nomes para as agências reguladoras relacionadas com a área
da saúde, até pela visibilidade negativa que o caso Lava Jato impôs aos
setores de energia, engenharia e petróleo.
Vital do Rêgo e Marco Maia
De
acordo com os depoimentos de Delcídio, o ex-senador e atual ministro do
TCU Vital do Rêgo e o deputado federal Marco Maia “cobravam pedágios
para não convocar” donos de empreiteiras investigada na Lava Jato, como
Leo Pinheiro, da OAS, e Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia.
Veja a manifestação das pessoas citadas por Janot
* A matéria foi alterada às 15h39 para inclusão de novas informações.
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