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O presidente chinês, Xi Jinping, vem sinalizando desde 2013 que é simpático à chamada “causa palestina”. Um ano atrás, em reunião com vários países árabes, afirmou que os palestinos deveriam desfrutar de plena soberania sobre o território estabelecido pelas fronteira do acordo de 1967.
Isso significa dividir Jerusalém, deixando a porção oriental – que inclui o monte do Templo – como capital da Palestina.
No final do ano passado, enviou um comunicado para a ONU onde pedia que a questão palestina fosse “uma prioridade da agenda internacional porque é o principal problema que impede a paz no Oriente Médio”.
Após os anúncios que o presidente Donald Trump pretende cumprir sua promessa de mudar a embaixada americana para Jerusalém, Xi Jinping anunciou que Pequim enviará 50 milhões de yuans (US$ 7,5 milhões) para ajudar o governo palestino. Durante reunião com representante da Liga Árabe, no Egito, voltou a afirmar seu desejo de aproximação com os países islâmicos do Oriente Médio.
Em seu discurso, reiterou que apoiará na ONU o reconhecimento de um Estado palestino dentro das fronteiras anteriores à guerra de 1967. “A China apoia o processo pacífico no Oriente Médio [e] o estabelecimento de um Estado palestino com sua capital sendo Jerusalém Oriental”, discursou de acordo com o Haaretz.
“Manter os interesses legítimos do povo palestino é responsabilidade da Liga Árabe, bem como de toda a comunidade internacional”, disse Xi. Anunciou ainda que já teve conversas nesse sentido com a Arábia Saudita, que visitou na semana passada. Do Cairo, ele seguiu para o Irã, onde assinará acordos de cooperação.
A China busca se consolidar com o maior parceiro comercial do mundo árabe, incluindo vultuosas doações para o Egito, cuja economia está abalada, e a assinatura de uma parceria para construir um reator nuclear em parceira com a Arábia Saudita.
A visita de Xi ao Irã vem dias depois da implementação de um acordo nuclear entre Teerã e as potências mundiais, levando ao levantamento das sanções internacionais contra o Irã.
Temer segue China e defende reconhecimento da Palestina
Em 15 de outubro de 2016, dois dias depois da UNESCO ter divulgado que não reconhecia a ligação de Israel com o Monte do Templo, Temer participou da VIII Cúpula do BRICS. O presidente assinou o documento “Declaração e Plano de Ação de Goa”, Índia, que aponta alguns projetos em comum dos países que formam o bloco: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A agenda chinesa ficava evidente quando, mesmo sem fazer parte do bloco, Israel foi mencionado nas “Soluções Coletivas”.
O artigo 15 diz literalmente: “Reiteramos a necessidade de implementar a solução de dois Estados para o conflito palestino-israelense, com base nas resoluções pertinentes do Conselho de Segurança da ONU, os Princípios de Madrid e Iniciativa Árabe de Paz, além de acordos anteriores entre os dois lados, por meio de negociações que visam à criação de um Estado palestino como entidade independente e viável, territorialmente contíguo e vivendo em paz com Israel, dentro de limites territoriais seguros, de comum acordo e reconhecidos internacionalmente com base nas fronteiras de 1967, sendo Jerusalém Oriental sua capital, conforme previsto em resoluções relevantes da ONU”.
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