sábado, 18 de fevereiro de 2017

Igreja de público e não de alunos

"Ide, fazei discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo" (Mateus 28.19)

Gospel Prime (compartilhamento)
Por: Victor dos Santos

Segundo o IBGE cerca de 27% da população do Brasil é evangélica. Isso dá um número próximo a 61 milhões de pessoas que se denominam da religião cristã-evangélica.
Isso seria motivo para saltarmos de alegria?
Existe uma diferença bastante significativa entre “publico” e “aluno ou discípulo”. Pessoas que fazem parte do público são aquelas que assistem palestras, vão a algumas conferências ou sentam para escutar sermões semanalmente. Já o aluno é aquele que entende que seu aprendizado está em processo de elaboração, pois ainda têm muito que aprender e muito o que acompanhar.

Encontramos na Bíblia Sagrada Jesus fazendo discípulos, homens e mulheres que o acompanhavam e aprendiam com ele, numa troca mútua: deixavam uma velha vida para aprender um novo caminho, vida do Reino de Deus, e esse aprendizado se dava no relacionamento do mestre e Salvador Jesus Cristo para com os seus alunos.
Além disso, esse modelo de relacionamento que Jesus apresentou não se restringia apenas a Cristo e aos doze, era desta maneira que a Sua Igreja iria se relacionar, tanto que ele disse para que os pupilos agissem de forma semelhante: “Ide, fazei discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo” (Mateus 28.19).
E o que isso significa?
Significa uma obviedade: cristão não é o público, mas os alunos, são os discípulos que estão no processo de aprendizagem com Jesus e querem ser semelhante a ele.
Se a avaliação do IBGE fosse feita dessa forma (algo impossível, só estou na minha utopia), avaliando quem são de fato os alunos, isso faria com que a quantidade de pessoas que se denominam evangélicas caísse drasticamente.
O público vai apenas assistir, gosta de alguns sermões e outros não, anota o que é bom e critica o que é ruim em um culto. O público quer ver show, milagre, se esforça até para ver sua benção acontecer, mas vive de uma forma bem diferente da exigida pelo abençoador. O público quer entretenimento, participa da reunião porque as vezes é agradável estar lá.
Já o aluno, esse é guerreiro, ele não é perfeito, às vezes fala o que não deve, as vezes comete falhas, mas ele quer sinceramente se parecer com Cristo, este aprende com os erros, se alegra com os acertos, se preocupa com as escolhas que vai fazer, quer se relacionar com Deus e com o outro na base da verdade. O aluno aprende em classe, junto com os outros, ele quer união, trabalho em grupo, se aprimora, elabora e sacrifica tempo para a aula.
Bom, Jesus quer alunos, discípulos, o público NÃO representa Jesus, ele não liga para esse status. Jesus não quis receber uma coroa de rei do povo, não quis entrar em Jerusalém de forma triunfante, não divulgava sua imagem como um marqueteiro, ele não queria público, mas sim discípulos: aqueles que andam na tempestade e na bonança, que ouvem as palavras do mestre e se tornam alunos do Rei dos Reis para uma vida no Reino de Deus.


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