Investigados
utilizaram de recursos públicos repassados ao Instituto Cidadania e
Natureza
Estadão (compartilhamento)
A Polícia Federal descobriu que verbas
públicas do Sistema de Saúde do Maranhão bancaram
restaurante de luxo, especializado em
venda de vinhos, em São Luís. Relatório da Operação Sermão dos
Peixes aponta que um cheque de R$ 15.482,55 com a assinatura de
Benedito Silva Carvalho, um dos gestores da organização social
Instituto Cidadania e Natureza (ICN), foi sacado da conta bancária
da OS para pagar a casa de vinhos OAK by EXPAND.
A ICN e a
organização de sociedade civil de interesse público (OSCIP) Bem
Viver – Associação Tocantina para o Desenvolvimento da Saúde –
eram as responsáveis pela gestão das unidades hospitalares do
Maranhão. Duas fases da Sermão dos Peixes, as operações Voadores
e Abscôndito, foram deflagradas na quinta-feira, 6. A PF investiga o
desvio de recursos públicos federais do Fundo Nacional de Saúde,
destinados ao Sistema Único de Saúde no estado do Maranhão.
Ricardo Murad |
A
Sermão dos Peixes apura desvios durante a administração de Ricardo
Murad, cunhado da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), na Secretaria
Estadual de Saúde. O pagamento da adega de alto padrão foi
identificado na análise da microfilmagem do cheque 850375,
descontado da conta ICN. Os investigadores descobriram a compra junto
à empresa Expand Store, no valor de R$ 15.482,55. “Trata-se de um
conhecido restaurante de luxo desta cidade, OAK by EXPAND e adega,
localizado na Avenida dos Holandeses, n 2, quadra 10 — Calhau –
São Luís-MA, especializado na venda de vinhos”, destaca o
delegado Wedson Cajé Lopes, que subscreve o relatório da PF.
A
investigação da PF mostra que o desvio das verbas dos hospitais era
realizado por meio do desconto de cheques de contas bancárias das
unidades hospitalares e posterior depósito nas contas de pessoas
físicas e jurídicas. “Apesar de curiosa, a leitura do cheque
demonstra que enquanto a população sofria com um sistema de saúde
precário, os investigados se davam ao luxo de utilizarem dos
recursos públicos repassados ao ICN para o custeio de despesas numa
adega de vinho, o que robustece ainda mais os indícios de que os
gestores do ICN tratavam as verbas públicas como se deles fosse”,
diz o documento.
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