sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Uma breve conversa com Haroldo Herbert Silva, ou simplesmente, Haroldo Silva.



 "Uma história dentro da história do rádio maranhense".


 Por: Mendes Junior
O Patriota!

- Ao encontrar, ver e ouvir pessoas como Haroldo Silva, pelo que já fez na sua trajetória profissional como comentarista esportivo, a quem poderíamos chamar de Doutor Honoris Causa da imprensa esportiva. Vejo que atualmente, muitos não atentam para dar o valor merecido a este que é sem duvida um dos maiores comentarista esportivo do Maranhão, e da época mais brilhante do rádio no Brasil.
Um indivíduo com conhecimento ímpar e com uma capacidade no falar, - e falar bem, e que ainda impressiona pela maestria a qual se expressa, eloquente no diz e envolvente ao discorrer seus comentários.
Há uma nova geração atuando no rádio que se acha... . Em relação a esses novatos, - nem todos, não vamos generalizar. Porém, evidenciamos e relembramos uma expressão emitida pelo próprio Haroldo em uma das suas muitas entrevistas, muito semelhante a: “cuspidores de microfones”.

Em um breve encontro no sindicado dos jornalistas, na casa do trabalhador - Calhau, aproveitei para interpelar a experiência de quem conhece muito, e muito tem a ensinar.

Mendes Jr.: Haroldo, você que viveu em uma época, a qual, poderíamos adjetivar como, a época áurea desse veículo, - como você ver e analisa a radiofonia atualmente, e também, o arrendamento de programas pelas emissoras?
Haroldo Silva: Antigamente as emissoras tinham suas próprias equipes, o seu corpo funcional, eram funcionários, profissionais que si identificavam com veículo, davam a ele uma identidade e consequentemente, o publico, o ouvinte também si identificava com uma determinada emissora. As empresas tinham uma linha a ser seguida e essa mesma linha definia: essa é rádio tal, locutor tal e assim por diante. Hoje, com a entrada do arrendamento as emissoras estão cheias de gente e cada um toma a direção que quer, e de qualquer jeito, já não há uma identificação, a não ser pelo prefixo, perdeu-se muito a qualidade, e isso, é extremamente nocivo compromete e muito o padrão da excelência, como se buscava no passado, o ouvinte perde muito, é um dos principais prejudicados,  pontuou Haroldo.
Mendes Jr.: – Especificamente para o profissional, quais as consequências trazidas por conta do arrendamento?
Haroldo Silva: Do ponto de vista profissional foi extremamente prejudicial, como falei contribui para entrada de muita gente, e a grande maioria sem qualificação, ou despreparada, não é feito um acompanhamento, nem um tipo instrução pela direção das rádios a essas pessoas, a não ser para que os mesmos não ataquem os interesses dos seus proprietários. 
Depois que as emissoras adotaram o artifício do arrendamento, quem mais perdeu foram os profissionais, que além de trabalharem durante anos para determinados veículos, agora, não têm garantia alguma de direitos trabalhistas – o que é um absurdo! Para mim, o arrendamento deveria ser, o quanto antes proibido, pois é uma prática prejudicial à classe profissional, deveria ser criada uma lei proibindo as emissoras de arrendar programas”, conclui Haroldo Silva.


Agradecimentos:

 A HAROLDO HERBERT SILVA pela atenção deferida à nossa pessoa, e por ter, nos proporcionado um bom e significante momento.

Opinião
Mendes Jr: Por fim, manifesto a aqui as minhas opiniões sobre: o maléfico arrendamento e a condição vexatória da imprensa esportiva no estado. 

O arrendamento principalmente ao que se refere à imprensa esportiva, é um dos principais obstáculos para a formação e manutenção de uma boa equipe. Praticamente quem atua na área, vive em uma situação de mendicância batendo às portas dos comércios para conseguir pagar o horário do programa, ou abordando pelas arquibancadas, escadarias e corredores dos estádios, e nos Cts, a dirigentes de equipes, ou algum torcedor mais afortunado para lhes conceder uma ferpela (trocado) para pagar o transporte, para tomar “uma”, e outros artifícios; isso, na tentativa de alimentar e manter viva a chama e amor pelo esporte.
Em meio à classe há verdadeiros guerreiros, gente batalhadora e correta no que faz, num esforço descomunal, para manter a magia da imprensa, da crônica esportiva, mas, há também, muitas figuras não gratas, pois sempre há a parte podre e nociva.

Infelizmente, muitos se acostumaram à pratica de mendigar, por conta, da escassez de recursos, de salários; são forçados a se submeterem a tal condição, - e só quem ganha nessa história de arrendamento, são os proprietários das emissoras, e isso se dá por falta de uma fiscalização e pela conivência de órgãos que deveriam fiscalizar, como, delegacias do trabalho, ministério do trabalho, e ainda, por ausência de um sindicato de classe, o qual deveria ser atuante e perspicaz, para assim combater a condição vexatória em que muitos colegas si encontram.


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