Gospel Prime (Compartilhamento: Mendes Junior - O Patriota!)
Sem muito alarde da imprensa brasileira, foi inaugurado no início de
março um Centro de Saúde em território palestino. O detalhe é que ele
foi totalmente financiado pelo Governo do Brasil, um país que vem
experimentando cortes constantes na área da saúde.
Segundo o Itamaraty,
a construção “faz parte de uma série de iniciativas que vem sendo
desenvolvidas nas áreas de saúde, agricultura e educação, resultado do
anúncio de uma doação brasileira de USD 10 milhões, durante a
Conferência de Paris de 2007, para projetos de cooperação humanitária
para a reconstrução de Gaza”.
De fato, em 2010, o então presidente Lula assinou uma lei
que doava 25 milhões de reais (U$ 10 mi na época) à Autoridade Nacional
Palestina. A justificativa é que seria “em apoio à economia palestina
para a reconstrução de Gaza”.
Passados mais de 5 anos, foi inaugurada apenas uma obra. Segundo o
site do governo, trata-se de um hospital, com uma área de 1.500 metros
quadrados. O edifício possui três andares que incluem áreas médicas, a
parte administrativa e também salas de reuniões.
Não foi revelado o custo total da edificação nem se o maquinário para
seu funcionamento também foi pago pelo Brasil. Tampouco é possível
identificar no site se há algum tipo de prestação de contas sobre como o
restante dos 10 milhões de dólares doados foram usados.
O texto mostra que o Itamaraty comemorou muito o ocorrido. “Para o
Brasil, a inauguração do Centro de Saúde de Jericó contribui não apenas
para a melhoria do padrão sanitário local, mas, também, para a
consolidação da imagem do país como parceiro solidário do povo palestino
e atuante nos campos da assistência humanitária e da cooperação
bilateral”.
A contribuição brasileira foi dada através da Agência das Nações
Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), e tem um
caráter de ajuda humanitária.
O aspecto que causa maior estranheza é o fato de o centro médico
ficar em Jericó, que é parte da Cisjordânia. Para os que não estão
familiarizados com o intricado jogo político no Oriente Médio, a
Autoridade Palestina deveria governar dois territórios distintos.
O menor, à leste de Israel, é conhecido como Faixa de Gaza. Contudo, o
local há mais de uma década é controlado pelo Hamas, grupo terrorista
que faz constantes ataques a Israel e travou várias guerras com o Estado
judeu.
A Cisjordânia é um território maior, a oeste, onde ficam cidades como
Belém e Jericó. A região é controlada pelo Fatah, grupo político e
militar fundado por Yasser Arafat. O atual presidente da Autoridade
Palestina, Mahmoud Abbas, pertence a este grupo.
O Hamas e o Fatah estão em constante conflito em luta pelo poder no
território palestino. Nas poucas vezes em que se unem é para atacar
Israel.
Chama atenção a discrepância do governo brasileiro que identifica em
seu site oficial a Palestina como um Estado, embora não haja esse
reconhecimento por parte da ONU.
Ao mesmo tempo que autoriza o envio de dinheiro para a reconstrução
de Gaza em 2010, divulga que a verba foi usada para uma construção na
Cisjordânia em 2016!
Parece um indício que há muito mais envolvido que não é claramente
divulgado. Aliás, relações obscuras e investimentos de dinheiro público
para construções em outras nações já é algo normal no governo Dilma.
Este parece mais um capítulo na questionável relação do governo petista com os palestinos. Em fevereiro, Dilma autorizou a doação de 977 toneladas de arroz brasileiro para Gaza.
Na mesma época, inaugurou-se em Brasília a primeira embaixada do Estado da Palestina
fora do mundo árabe. Estranhamente, o prédio é uma “miniatura” da
mesquita Domo da Rocha, no Monte do Templo. Na prática, comunica que a
Palestina tem como capital Jerusalém.
Enquanto isso, o Brasil não reconhece mais Jerusalém como a capital do Estado judeu e continuamos sem um embaixador de Israel no país.
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