Por:
Riba Salgueiro
Riba Salgueiro |
"A concepção de mundo, nos dá a liberdade de criação e interpretação a partir de signos linguísticos e literários tanto da música antiga como da moderna, contextualizada com a semana da arte moderna de 1922, passando por tropicalismo, poesia marginal e regional, diversificando ritmos com temas livres de composições e sonoridade, contribuindo para todos os movimentos culturais que hoje são presentes no Brasil e no mundo."
Palavra-chave:
Educação Musical em São Luís do Maranhão.
O
artigo tem a finalidade de discutir a problemática na prática
pedagógico musical, e novos recursos linguísticos de grande
importância didática para a aprendizagem instrumental e cantada,
ampliando o campo harmônico em todos os níveis de composições e
sonoridade. Tendo em vista que a música como um todo tem um papel
fundamental no cotidiano das pessoas e em seus aspectos sociais,
assim como dos alunos que utilizam a música dentro do contexto que é
estudado e seus questionamentos dentro da musicologia, onde os
compositores e executores passaram por períodos distintos da
história literária contribuindo para mostrar que todo o
conhecimento musical é objeto de estudo e pesquisa a ser
investigado, solucionado problemas de espaço para apresentações e
divulgações do grande acervo musical que vai desde as grandes
composições eruditas até as práticas modernas executadas para o
grande público em geral. A influência musical, possui mecanismos
técnicos e teóricos valorizando o canto nas abordagens de
experiência de vida vivenciada na poesia, nos cordéis, na linguagem
simples popular e
regional, porém de grande significado literário na alternância de
gerações gerando classes comprometidas com a educação musical.
MÚSICA E EDUCAÇÃO
A
musicologia educacional, tem contribuído para ampliar o campo da
música, a partir de novas tendências e novas linguagens
incorporadas sob a perspectiva do conhecimento musical, ampliando o
objeto de estudo e análise dentro dos centros acadêmicos:
Universidade Estadual do Maranhão, Universidade Federal do Maranhão,
Escola de música do Estado do Maranhão Lilah Lisboa de Araújo,
conquistando um espaço de credibilidade dentro da sociedade, uma
referência que vivência a música clássica e suas partituras até
chegar a era musical moderna e todas as suas tendências utilizando
diferentes campos harmônicos e vocais para expressar a arte. Cada
vez mais se faz necessário a renovação e ampliação de novos
métodos, ampliando e misturando instrumentalizações musicais,
utilizando diversos materiais sonoros dentro das composições.
A
utilização da música em escolas primárias e secundárias, deveria
fazer parte de forma definitiva do calendário educacional dos
alunos, isso contribuiria para a formação do carácter dos jovens e
um comprometimento maior com a cultura musical do estado e do país.
Mesmo que muitos desses jovens não venham a se profissionalizar
dentro da música o gosto musical permaneceria influenciando outras
gerações a fazer parte do mesmo princípio educacional.
A
MÚSICA DOCUMENTADA NA HISTÓRIA
A
documentação histórica
da música é muito complexa, enquanto as outras artes conseguiram um
papel de destaque nos livros didáticos, a música foi deixada de
lado pela pintura, arquitetura, artefatos de cerâmicas pelo fato dos
vestígios serem mais evidentes, orientando os historiadores para uma
pesquisa mais histórica cultural. Por outro lado, a musicologia vem
para desmistificar esses equívocos que nos fornece informações a
serem investigadas como objetos de estudo aproximando as duas
ciências. A participação de compreensão da história é
antropológica, a pré-história nos dá essas fontes primárias de
informações: Pinturas rupestres encontradas em cavernas, demonstram
as danças ao redor do fogo, movimentos corporais acompanhados de
sons vocais, os primeiros elementos de suas origens encontradas nos
sítios arqueológicos. Um achado imprescindível para a musicologia.
A cronologia não é linear e não obedece a uma ordem de tempo, mais
porém é encontrado no mundo moderno e no mundo antigo. A música na
antiguidade construiu o seu espaço através dos rituais religiosos
dos povos bárbaros que tinham sentidos ritualísticos professando o
paganismo e tinham como principal instrumento a utilização da voz.
A comunicação com os deuses e com o povo, funcionava como uma forma
de reverenciar as divindades mitológicas: Zeus, Áries, Afrodite,
dentre outros que faziam parte dessa cultura pagã, as lendas do
minotauro, medusa, do craquem
utiliza
bem a devoção religiosa, pedidos de abonança e boa caça, proteção
feitas com expressões corporais, o homem produziu sons com as mãos,
batimentos de pedras e troncos de árvores para imitação da
natureza. Descobrindo a funcionalidade da música, o homem nunca mais
se separou dela assumindo uma identidade centralizada nas diversas
atividades humanas, buscando o cotidiano nas grandes civilizações
egípcias, gregas e romanas.
A
MUSICOLOGIA COMO DISCIPLINA
A
popularização dos instrumentos musicais, se deu através da
luteria, uma grande quantidade de instrumentos foram produzidos a
longa escala pela indústria: violões, violinos, pianos, pandeiros,
cavaquinhos, tambores de couro, tamborins e outros, fizeram parte do
gosto popular, esse novo universo musical muitas pessoas adquiriam
esses instrumentos e aprenderam a tocá-los, que até então eram
reservados em uma quantidade bem pequena, para os especialistas, essa
facilidade levou os instrumentos além de todas as fronteiras da
música, muitos lares possuíam alguns desses instrumentos e faziam
festas entre os seus familiares tinha sempre alguém disposto a tocar
e cantar mesmo que não tivesse conhecimento apurado dos elementos
musicais para ler partituras, descobriram e adaptaram a música
proporcionando ensino ao homem. Com tantos leigos espalhados em todas
as classes sociais, se deu um processo de procura para ensinar jovens
e adultos e quem mais quisessem aprender a tocar os instrumentos, daí
se inicia uma nova etapa os professores leigos não possuíam
técnicas apuradas e a música tinha um público exigente o da elite,
mas tinham o conhecimento necessário para instruir outras pessoas,
pois o conceito de música como profissão há muito tempo se tornou
independente e contemporâneo dentro das ciências humanas.
A
MÚSICA VIVENCIADA COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA E CULTURAL
Quebrando
os paradigmas, a música povoou a era das multidões, escolas
criaram bandas de músicas, escolas militares, quartéis, polícia
militar, escolas secundárias e primárias contrataram professores
para ensinar os alunos que vão além das celebrações a exemplo do
dia sete de setembro a Proclamação da Independência do Brasil em
1822, Proclamação da República Brasileira em 15 de novembro de
1889, dia da Raça comemorada em 05 de setembro e tantas outras datas
de comemoração. Vale apenas ressaltar que esse comprometimento com
a música não é um agir constante e varia de uma gestão escolar a
outra, sendo falha e não comprometida com a arte musical. Essa falha
demonstra a fragilidade que é tratado os
ensinamentos musicais, mesmo com existência da Lei N° 11.769, que
determina a obrigatoriedade da música nas escolas de educação
básica, todavia há também grandes desafios que precisam ser
conquistados para a área de educação musical no país, ter
propostas consistentes e apoio a essa lei é um desafio a ser
superado, a busca do conhecimento musical faz com que o aluno seja
também um facilitador ativo que utiliza a música em construção do
saber.
O
modernismo evidencia bem essa atitude: Poesia e música, prosa e
regionalismo, sociedade e estado, ditadura e direitos civis,
concupiscência da carne, paixões e efervescências amorosas. Um
leque de emoções andam lado a lado, construindo o pensamento e a
reflexão das experiências humanas em uma fonte inesgotável de
conhecimento que nutri os alunos e os faz mais conscientes de seus
atos, amadurecendo o comportamento e o questionamento acerca do mundo
existencial, produzindo um sentimento mais próximo das angústias e
preocupações do cotidiano de uma determinada época.
As
universidades, dão as suas contribuições oferecendo cursos de
licenciatura em música a exemplo da Universidade Estadual do
Maranhão, Escola de Música do Estado do Maranhão Lilah Lisboa de
Araújo, Universidade Federal do Maranhão, Escola de Música Maestro
Nonato, no município de São José de Ribamar, são referências
para que qualquer pessoa possa
ingressar
e adquirir o conhecimento e a experiência nessa disciplina
colaborando com historiadores, filósofos, sociólogos, professores
de arte e literatura gerando discussões
e informações acerca dos fenômenos musicais.
QUADRO
TEMPORAL DA MÚSICA
Editores,
empresários de música, imprensa, críticos de música,
gravação e difusão de obras, o público ouvinte, compositores
profissionais e amadores consolidam a vida musical, testemunham uma
preocupação de abertura através de congressos de música em todo o
país, lançando uma reflexão global da essência das práticas
culturais ocupando funções de intimidade,
sentido nos mais diversos lares é determinante no processo de
democratização da música, tevês, rádios, discos de vinil,
internet, vídeos consolidaram a carreira de compositores e
intérpretes para a construção da música no século XX e XXI as
obras se encontram ao alcance de todos os consumidores, mediadores e
criadores a utilização não pode ser restringida simplesmente a uma
letra de música, mais a contextualização histórica tira do
isolamento a surdez sobretudo as transformações de conceitos se faz
necessária para a identidade histórica da música. As condições e
mudanças sociais para realizar experiências, com grandes somas de
progressos encoraja outros músicos a seguir a profissão com
benefício que dura toda uma existência. O homem com uma visão
voltada para o futuro desenvolve um gosto particular de valor
inexprimível, os ouvintes podem escutar e apreciar as músicas de
todos os tempos sem prévio julgamento de ser melhor ou pior, já que
toda composição tem sua função social de entretenimento ou não.
As músicas de valor cultural, nunca deixaram de ser escritas em
todos os tempos, a nossa preferência e audição aponta uma direção
e atração mais fácil para o nosso deleito, compreensão e simpatia
em relação a um determinado compositor há pessoas que se sentem
mais atraídos por músicas percussionistas, outros que tenham
violões, outras com solos de guitarra um mundo sonoro em volto de
todos nós.
A
MISCIGENAÇÃO E A MÚSICA
A
miscigenação e cultura
maranhense, foi marcada pela colonização dos portugueses e a
escravização do negro africano e o povo indígena, expressa na
diversidade dos sons de tambores, ritmos e danças tipicamente
maranhenses. O tambor de crioula, a dança do coco, dança de fita, o
boi de zabumba, boi de matraca, boi de pandeiro, boi de orquestra são
alguns dos sotaques maranhenses encontrados em todos os cantos das
cidades. Todo esse patrimônio cultural, também é muito apreciado
em partituras de músicas fazendo parte da educação do estado. A
música orquestrada ajuda a difundir e preservar o folclore,
apresentações em praças públicas oferece um atrativo de elegância
e suntuosidade no indumentário nordestino, letras lúdicas de muita
simplicidade, cantadas com muita paixão revelam um sentimento de
amor a terra e uma beleza nativa cantada nas lendas maranhenses. A
serpente encantada, a praia
de olho d’água, araçari e muitos outros fazem parte dessas
cantorias.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A
música como instrumento pedagógico, pode mudar as pessoas
dentro do processo de ensino e aprendizagem, isso ocorre de forma
prazerosa com o comprometimento da busca do aprendizado, a métrica
musical e suas linhas de compasso é marcado por tempos fortes e
fracos representada nas notas musicais, ritmos, durações, audições
sonoras e acústica são recursos que podem ser usados em uma
descrição específica de uma obra, reflexões correlacionadas com a
arte. Compreender a musicalidade de hoje, reforça os laços do
objeto de estudo da música na observação e criação de novas
linguagens: A luta das mulheres para conquistar um espaço dentro da
sociedade, a luta do negro contra a escravatura, o índio como herói
nacional, justifica a musicologia e a história no campo sociológico
e antropológico traçando novos caminhos que serão percorridos no
campo artístico e cultural de todos os povos. A linguagem musical
traçou caminhos na vida sobre a perspectiva do homem ocidental
caminhando dentro da história e construindo um pensamento mítico,
sobrenatural de suas divindades junto aos povos pagãos e civilizados
dentro de um sistema de valores domesticados pela religião cristã,
e sobre a continência do imperador romano Constantino (306-337).
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Artigo
científico apresentado à disciplina de Filosofia do Curso
Licenciatura em Música da Universidade Estadual do Maranhão.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Revista
de História 157 – Myrian Chimenes
Roland
e Candé História Universal da Música Volume 1