O especialista afirmou que a criança dificultaria a vida dos pais
Gospel Prime ( compartilhamento)
A norte-americana Courtney Baker recebeu ainda no pré-natal a notícia
de que estaria esperando uma criança com síndrome de Down. Segundo ela,
o médico chegou a sugerir o aborto, mas ela não aceitou.
“Ele disse que a nossa qualidade de vida e a dela seria horrível”,
revelou a mãe pelo Facebook ao comemorar os 15 meses de vida de Emersyn,
sua filha.
O texto foi uma carta ao médico que sugeriu o aborto, relatando que o
profissional não ofereceu apoio e coragem como outros médicos
geralmente fazem.
“O momento mais difícil da nossa vida se tornou quase insuportável,
porque você nunca nos disse a verdade”, escreve a americana. “Minha
filha era perfeita”, completa.
A mãe diz ainda que escreve por estar “muito triste” não só pelo que
ela precisou ouvir do médico, mas por saber que outras mães estariam
ouvindo o mesmo que ela.
“Estou triste que você estava tão errado para dizer que um bebê com
síndrome de Down iria diminuir a nossa qualidade de vida. E eu estou de
coração partido por pensar que, ainda hoje mesmo, você pode ter dito a
mesma coisa para uma mãe”.
Ao contrário do que o especialista disse, a americana entende hoje
que ter o bebê transformou sua vida de uma forma positiva e não negativa
como decretou o médico.
“Emersyn não só está dando mais qualidade à nossa vida, como também
tocando os corações de milhares de pessoas. Ela nos deu um propósito e
uma alegria que é impossível expressar. Nos deu sorrisos maiores, mais
risadas e os beijos mais doces que já tivemos. Abriu os nossos olhos
para a verdadeira beleza e o amor puro.”
Leia a carta na íntegra publicada pela revista Marie Claire:
“Caro Doutor,
Uma amiga me disse recentemente que, quando seu especialista em
pré-natal via o seu filho nas ultrassonografias, ele sempre comentava:
‘Seu filho é perfeito’. Assim que seu filho nasceu com síndrome de Down,
ela visitou o mesmo médico. Ele olhou para o bebê e voltou a dizer: ‘Eu
te disse. Seu filho é perfeito’.
Essa história me tocou profundamente. Apesar de eu estar feliz
pela experiência da minha amiga, me enchi de tristeza ao pensar no que
eu deveria ter feito. Gostaria que você tivesse sido este médico.
Te procurei no momento mais difícil da minha vida. Eu estava
assustada, ansiosa e completamente perdida. Ainda não sabia a verdade
sobre meu bebê, e era isso que eu precisava desesperadamente de você.
Mas em vez de apoio e coragem, você nos sugeriu acabar com nossa filha.
Eu te disse o nome dela, e você nos perguntou novamente se havíamos
entendido o quão baixa seria nossa qualidade de vida com um bebê com
síndrome de Down. Sugeriu que a gente reconsiderasse nossa decisão de
seguir com a gestação.
Deste encontro em diante, nós passamos a temer nossa
responsabilidade. O momento mais difícil da nossa vida se tornou quase
insuportável, porque você nunca nos disse a verdade.
Minha filha era perfeita.
Não estou brava. Não estou amargurada. Só estou muito triste.
Estou triste porque os corações minúsculos que você vê todos os dias não
o enchem de admiração. Estou triste que os intrincados detalhes e o
milagre daqueles pequenos dedos e pés doces, pulmões e olhos e orelhas
nem sempre lhe dão uma pausa. Estou triste que você estava tão errado
para dizer que um bebê com síndrome de Down iria diminuir a nossa
qualidade de vida. E eu estou de coração partido por pensar que, ainda
hoje mesmo, você pode ter dito a mesma coisa para uma mãe. Mas estou
ainda mais triste porque você jamais terá o privilégio de conhecer a
minha filha, Emersyn.
Porque, veja, Emersyn não só está dando mais qualidade à nossa
vida, como também tocando os corações de milhares de pessoas. Ela nos
deu um propósito e uma alegria que é impossível expressar. Nos deu
sorrisos maiores, mais risadas e os beijos mais doces que já tivemos.
Abriu os nossos olhos para a verdadeira beleza e o amor puro.
Assim, a minha prece é para que nenhuma outra mãe tenha que
passar pelo que passei. Minha prece é para que você também veja agora a
verdadeira beleza e o amor puro em toda ultrassonografia.
E a minha prece é para que, quando você se deparar com o próximo
bebê com síndrome de Down, cuidadosamente escondido no ventre de sua
mãe, você olhe para que mamãe, que me veja em seguida, e diga a verdade:
‘Seu filho é perfeito’”.
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