O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje (12) que as propostas apresentadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chamadas de Agenda Brasil, são “jogo de espuma”.
“A
Câmara está disposta a participar de qualquer coisa que seja para o bem
do país. Tem de saber que tipo de conteúdo. Até agora, vimos apenas um
jogo de espuma, sem conteúdo concreto e utilizando parte da espuma que
já vem da própria Câmara", afirmou Cunha, após participar de almoço com o
vice-presidente da República Michel Temer e representantes da bancada
peemedebista da Casa.
De acordo com Eduardo Cunha, algumas das
propostas apresentadas foram de iniciativa da Câmara e já foram
apreciadas na Casa. “Não precisa nem ter agenda. Propostas boas para o
país sempre terão nosso apoio, assim como gostaríamos que nossas
propostas que estão tramitando e que também são boas para o país, como a
terceirização, já tivessem sido tratadas. De nossa parte, não há
problema de analisar qualquer agenda ou tema.”
Cunha
voltou a explicar que o Congresso é bicameral. “As duas casas têm de
funcionar. Não dá para achar que vamos construir uma agenda única, que
vamos votar e virar lei, porque não é assim que funciona. É preciso
entender que não conseguimos costurar absolutamente nada se não
envolvermos as duas casas.”
O ministro-chefe da Secretaria de
Aviação Civil, Eliseu Padilha, que integra a coordenação política do
governo, destacou que o PMDB “tem de ter competência para construir uma
pauta comum na Câmara e no Senado”.
“Estamos vivendo uma crise
séria, e cabe ao PMDB buscar ser o moderador, o estabilizador desse
processo de crise”, afirmou Padilha. “O vice-presidente Michel Temer
disse que nosso desafio é construir uma agenda coincidente entre o que
está sendo proposto pelo Senado e o que são aspirações da Câmara dos
Deputados."
Agenda Brasil
A Agenda Brasil
foi apresentada ontem (11), no plenário do Senado, pelo presidente da
Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ela prevê, entre outras medidas, a
votação de 27 proposições legislativas que objetivam aumentar a
confiança dos investidores na economia do país. O documento foi motivo
de encontro na segunda-feira (10) entre Renan e líderes partidários com
os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson
Barbosa, na residência da presidência do Senado.
Ao
anunciar a Agenda Brasil, Renan informou que o Legislativo quer
colaborar para o fim da crise. “Não é uma colaboração do Senado Federal.
É uma colaboração do Legislativo. Queremos ser vistos como
facilitadores, e não como sabotadores." O senador lembrou que o sistema
legislativo é bicameral e afirmou que “todas as sugestões serão bem
recebidas”.
“Discutir o impeachment todos os dias
não resolve a crise econômica”, disse o senador, que defende "a
separação das crises". “O governo Dilma Rousseff não é o Brasil. O
reducionismo é impróprio. O governo Dilma, como todos sabem, tem data
para acabar e o Brasil vai continuar existindo", afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário